sábado, 11 de dezembro de 2010

Pro Dia Nascer Feliz



Direção, Edição e Roteiro: João Jardim
Elenco: Professores, Diretores e alunos de diversas Escolas do Brasil
Gênero: Documentário
Idioma: Português(Brasil)
Ano: 2006
Duração: 88 min.

Um filme Brasileiro, retratando a realidade dos Alunos, Professores e Gestores de várias Escolas do Brasil: Particular, área de risco e as mais pobres.
É um documentário real, com escolas reais e fatos reais, mostra a rotina de escolas pobres, que não tem sequer transporte, banheiros, professores e dignidade para estudar. Professores se vêem diante da violência, crime e juventude desviada.
De início é mostrada uma reportagem onde já se viam que a juventude estava perdida, desviada e como seria daqui para frente.
"Quarenta e quatro anos depois, 97% das crianças em idade escolar entram na escola. Com o passar dos anos, muitos abandonam, 41% não concluem a 8ª série. Dados da época de gravação do longa."
"Segundo avaliações promovidas pelo MEC a metade dos estudantes do Ensino Fundamental, não consegue ler ou escrever corretamente."
Avaliando as informações que na época já estava difícil, imaginem hoje como nossa Educação está, a violência que toma conta de nossas salas de aula, do contexto social em que estão inseridas, com as falhas do SISTEMA, e também em muitos dos descasos de nossos alunos e que influenciados e desestimulados os professores também se deixam contaminar.
É visto também que as falhas na dependência e as causas que uma reprovação podem causar aos alunos, levam professores a aprovarem alunos no Conselho de Classe sem que tenham condições.
Um aluno que foi aprovado pelo Conselho(sem condições e que teria ficado em 3 matérias) em uma escola é perguntado o que aprendeu em História. Ele responde: _ Porra nenhuma!! É desanimador e entristece qualquer professor ou estudante que pretende seguir o magistério.
Há também um depoimento de uma aluna que matou com facadas outra dentro da escola por brigas nos corredores e ela disse: - Menor não dá nada. Quando perguntada sobre a vida da aluna ela disse ainda rindo: - Ela ia morrer mesmo, eu só adiantei.
Fiquei feliz em estar trabalhando na área e local que estou, porque esse documentário mostra que nós estamos no paraíso, mesmo com todas as dificuldades encontradas.
Portanto, "ainda" não estou desacreditada da Educação, ainda acredito nos nossos alunos e creio que a Educação ainda será valorizada como base da formação do ser humano.

Kill Bill


Direção: Quentin Tarantino
Roteiro: Uma Thurman e Quentin Tarantino
Elenco Original: Uma Thurman, David Carradine, Lucy Liu, Vivica A. Fox, Michael Madsen, Daryl Hannah, Julie Dreyfus, Gordon Liu e Chiali Kuriyama
Gênero: Ação e Aventura
Idioma Original: Inglês
Ano: 2003 e 2004
Duração: Vol. 1= 110 minutos; Vol. 2= 137 minutos.

“A vingança é prato que se come frio”
Antigo provérbio Klingon, de Star Trek II

Bom, estou aqui hoje para falar de um dos maiores gênios e um dos mais respeitados diretores do cinema, mas ninguém ainda sabe o porquê desse respeito. Kill Bill é uma das obras mais ousadas de Tarantino “motherfucker”, uma verdadeira máquina criada pelo ser humano; Uma máquina de dinheiro. Um filme extremamente pop, que existem nele desde plágios escancarados de filmes antigos de kung-fu e faroeste até lançamentos de trilhas sonoras pops do filme para comercialização. Mas vamos falar sobre o filme.
A história do filme (se é que tem alguma) corre no seguinte enredo. A noiva toma um tiro na cabeça de Bill por que resolve levar uma vida normal com sua filha que está para nascer. Ela fica quatro anos em coma, acorda, sai pra se vingar e mata todo mundo que estava participando do massacre de seu casamento, e assim acaba a história.
Mas esta história sutil é contada “tarantinamente” em quase quatro horas de filme. E é aí que está o melhor do filme. Diálogos e violência. Tarantino puro! Diálogos super inteligentes deixam essa simples história se transformar bruscamente e naturalmente em uma trama típica de faroeste talvez estrelado em época por um Steve McQueen da vida, porém com estilos de lutas de kung-fu.
Outra coisa que quero deixar em destaque, é que nunca vi tanto sangue em minha vida, nem mesmo no Rio de Janeiro. Muito, mas muito sangue jorram dos pescoços humanos, mas isso no primeiro volume, que é melhor e mais estiloso que o segundo. Temos até uma passagem em anime no meio do primeiro volume, feita pela mesma produtora de “Ghost in the Shell”. O segundo já temos menos sangue, não temos animações. Apenas oscilações de cenas em preto e branco e coloridas, e até em widescreen e “tela-cheia”. Mas Tarantino não deixa a desejar no final da trama e mostra seu amadurecimento como diretor. Termina o filme com charme e beleza, e o principal, mostrando seu lado emocional: mostrando o amor de uma mãe que quis se vingar e se satisfazer.
Kill Bill é uma homenagem a filmes antigos de faroeste e Kung-Fu. Uma Thurman está impecável como sempre: Linda e gostosa com uma réplica perfeita do uniforme amarelo usado por Bruce Lee em “Jogo da Morte” (O filme filme que estava fazendo quando veio a falecer). Temos cenas no segundo volume do treinamento de Beatrix (a noiva) com Pai Mei, o que é engraçado e nos lembra filmes trashs asiáticos. Temos lutas mais perfeitas até que na triologia de matrix, me atrevo a dizer.
Enfim, um filme bacana e empolgante para quem gosta de mulheres bonitas, filmes trashs e muita, mas muita violência gratuita.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Escola da Vida (School of Life)



Direção: Willian Dear
Elenco: David Paymer / Ryan Reynolds
Gênero: Aventura
Idioma original: Canadá/EUA
Ano: 2005
Duração: 90 min.


Dirigido por Willian Dear e protagonizado por Ryan Reynolds e David Paymer, o filme "Escola da Vida", é uma divertida história que busca não somente entreter, mas, trás elementos pertinentes ao ramo da educação, mostrando métodos e comportamentos encontrados em instituições.
Faz uma comparação de metodologias e mostra tanto a preferência dos alunos quanto a verdadeira aprendizagem através de aulas dinâmicas e práticas. O filme mostra a resistência de professores em abandonar o velho(tradicional) e se reciclar para transformar suas aulas mais atraentes e realmente construir a aprendizagem junto com os alunos. É visível no filme a influência do professor que constrói o conhecimento e o que quer alunos quietos que não questionam e que apenas ouvem, mas que apesar de ser a tanto tempo tradicional, pôde conhecer a forma construtivista de conhecimento, transformando suas aulas chatas em aulas dinâmicas, práticas, divertidas, interessantes... Mas lembrando que aulas assim, dão trabalho, é necessário pesquisa, tempo, estratégias, etc, e a maioria dos professores querem apenas transmitir o que sabem de forma menos trabalhosa possível.
Foi assistindo a esse filme que realmente encontrei a minha paixão pela História e a Educação.
É realmente um filme apaixonante, onde nenhum professor pensará, agirá e aprenderá da mesma forma após assisti-lo.

Ladrões de Bicicleta (Ladri di biciclette)


Direção: Vittorio De Sica
Roteiro: Vittorio De Sica, Cesare Zavattini, Suso Cecchi D'Amico, Gerardo Guerrieri, Oreste Biancoli e Adolfo Franci.
Elenco original: Lamberto Maggiorani, Enzo Staiola, Lianella Carell, Vittorio Antonucci
Gênero: drama
Idioma original: italiano
Ano: 1948
Duração: 93 minutos

Vittorio de Sica na minha humilde opinião é o mestre do neo-realismo italiano. O neo-realismo surgiu em Roma durante a segunda guerra mundial, cujo pretendia documentar a realidade, o cotidiano e as dificuldades das vidas desgraçadas das pessoas pobres da época que sofriam com o impacto econômico que a guerra gerava.
Ladri di biciclette foi um dos primeiros filmes italianos a serem lançados no período pós-guerra. O filme conta a História de Antônio Ricci e sua família, sua mulher e mis dois filhos, que viviam na dura realidade do desemprego, da fome e da pobreza, devido à crise da Itália na época. Ricci consegue um emprego como colador de cartazes na grande cidade, porém ele necessita de uma bicicleta para se efetivar no emprego; Então sua mulher vende todas as roupas de cama da família para comprar o instrumento de trabalho. Finalmente a família se vê em uma situação pouco melhor no primeiro dia de trabalho na cidade. Mas como diz o ditado: Alegria de pobre dura pouco! A bicicleta é roubada logo no primeiro dia de batente. E é aqui que realmente se inicia esta jóia da sétima arte. Antônio Ricci e seu filho Bruno saem à procura dos ladrões de bicicletas pela cidade. Num momento de desespero, tenta roubar uma bicicleta na entrada da fábrica e acaba sendo humilhado na frente dos olhos do filho. Quando consegue retornar as buscas, encontram pelo caminho situações esquisitas, personagens bizarras e verdades irretorquíveis. Uma longa e dramática aventura.
O curioso dessa obra é que sua realidade se deve a escolha dos atores e a forma de se fazer o filme. Os atores não eram famosos e foram escolhidos por Vittorio pela forma em que caminhavam. O filme também traz uma nova e audaciosa forma de se fazer cinema para época: filmagens improvisadas nas ruas, em meio ao caos das vias urbanas romanas. Câmeras super pesadas em traseiras de carros, em bicicletas e etc. Enfim. Improviso, emoção, uma simples história contada por um mestre do cinema, muita audácia, um Oscar de melhor filme estrangeiro e muitos, mas muitos aplausos sozinhos no sofá.
Ladrões de Bicicleta ultrapassa o mero tratamento documental de uma época e, apesar de estar circunscrito a um contexto social específico (a miserável condição social e econômica do povo italiano no pós-guerra), extrapola também quaisquer barreiras históricas e temporais. A tragédia, o desespero e a degradação moral de um homem impotente, exposto a situações-limites e a uma realidade hostil e aviltante, é uma história universal e atemporal, possível de ser transportada para diversas épocas e para diversos lugares do mundo. Um clássico extremamente sentimental que, em nenhum momento, apela para a pieguice ou para o melodrama. Enfim, um clássico que se recusa a envelhecer.